Deus?
- NANDES

- 18 de fev.
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Eu queria ser Deus nem que fosse por um segundo, para ter uma visão do mundo, entender como é possível algo maior do que eu lidar com sete bilhões de pessoas.
Como é ser Deus? Como é atender a todos momentaneamente? Como pode algo tão grande ser gratificante? O que seria ser Deus? O que poderíamos imaginar ser Deus? Seria uma energia criada, gerada? Se o universo é feito de energia, seria Deus uma energia gerada, compartilhada e passada? Uma força compartilhada através de pessoas com o mesmo pensamento simultaneamente? Pensamentos que geram força, que geram energia, que fazem o universo corresponder através da linha do tempo? Seria Deus o universo? Seria a força do pensamento igualitário de cada um? Se o bem e o mal existem, seria a energia de cada um de nós compartilhada gerando uma força contraria, uma contra a outra? Se o que a gente manifesta chega até a gente, por que não imaginar que Deus está em nós e que ele é a energia e força que a gente emana.
Quando compartilhamos do mesmo pensamento a energia é mais forte, logo é mais fácil sentir a força da energia presente, o arrepio na pele seria a conexão com essa energia gerada simultaneamente. Se tudo é o que é, se o mundo é o que é, se eu sou o que sou, se você é o que é, o que de fato tudo isso é? Pensar isso é complexo demais, se Deus é maior do que nós, seria Deus a soma da energia gerada através de todo aquele que pensa como ele?
Seria Deus uma consciência coletiva, uma entidade que transcende a individualidade, unindo todos em um único pensamento, um único desejo de harmonia e compreensão? Imaginar Deus como essa força pode ser libertador, pois nos permite ver que somos parte de algo maior, uma teia interconectada de experiências e emoções. Se cada um de nós é um reflexo dessa energia divina, então nossas ações e intenções têm um impacto profundo no todo.
Assim, quando fazemos o bem, não estamos apenas ajudando o próximo; estamos alimentando essa energia que se expande e ressoa por todo o universo. Cada ato de bondade se torna uma onda que se propaga, fazendo com que outros se sintam inspirados a agir da mesma forma. Nesse sentido, ser Deus seria também ser responsável por essa energia, por essa conexão que nos une.
E o que dizer do sofrimento? Se o mal é uma parte intrínseca da existência, será que ele também faz parte desse grande plano divino? Pode ser que o sofrimento nos ensine, nos faça crescer e, assim, nos aproxime dessa compreensão maior. Talvez Deus não seja apenas a luz, mas também a sombra, mostrando-nos que a dualidade é necessária para a evolução.
Se pensarmos que cada pensamento e ação criam uma realidade, então somos cocriadores dessa experiência chamada vida. Através do nosso livre arbítrio, temos a capacidade de escolher a energia que emanamos e, consequentemente, a realidade que atraímos. É um convite para refletir sobre nossas escolhas diárias, sobre como podemos almejar ser essa força positiva que deseja ver no mundo.
Por fim, a busca por entender Deus pode ser, na verdade, a busca por entender a nós mesmos. Ao nos conectarmos com essa energia, ao reconhecermos que somos parte de um todo, encontramos a paz que vem da aceitação e da compaixão, não apenas por nós mesmos, mas por todos ao nosso redor. Esse entendimento pode ser o primeiro passo para transformar não só nossas vidas, mas também o mundo em que vivemos.
A partir dessa reflexão, a jornada de autodescoberta se torna ainda mais fascinante. Imagine um caminho em que cada um de nós, como peças de um quebra-cabeça cósmico, procura preencher seu espaço único na grande obra da criação. A busca por Deus, então, não é apenas uma questão de fé, mas uma exploração da essência humana e de nossa interconexão.
Cada interação se transforma em uma oportunidade de aprendizado, onde o amor e a empatia se entrelaçam nas experiências cotidianas. O olhar carinhoso de um estranho, o gesto de bondade de um amigo, ou mesmo a solidariedade em momentos de crise, tudo isso se torna um reflexo dessa energia divina que permeia nosso ser. E ao cultivarmos esses momentos, estamos, na verdade, alimentando a própria ideia de Deus que reside em cada um de nós.
Por outro lado, a sombra do sofrimento nos ensina sobre a fragilidade da vida e a importância da resiliência. Quando enfrentamos adversidades, somos convidados a olhar dentro de nós e encontrar forças que, muitas vezes, não sabíamos que possuíamos. O sofrimento, então, se torna um mestre, nos guiando para uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do outro. É nessa jornada que aprendemos que ser Deus é também abraçar a dor, compreendendo que ela faz parte da tapeçaria da vida.
E se a consciência coletiva é um aspecto de Deus, como podemos elevar essa consciência? Através da arte, da música, da poesia, e da criação, podemos expressar nossas verdades internas. A criatividade se transforma em um meio poderoso de conexão, onde as emoções se entrelaçam e criam um espaço sagrado para a cura e a união. Cada expressão artística é uma forma de manifestar essa energia divina, um convite para que outros se juntem a nós em nossa busca.
Conforme avançamos na compreensão do que significa ser Deus, percebemos que não se trata apenas de uma entidade distante, mas de uma presença constante em nossas vidas. É a voz que ecoa em nossos corações, a intuição que nos guia em momentos de incerteza. É a força que nos impulsiona a buscar justiça, amor e verdadeira conexão.
Assim, ao concluir esta jornada de reflexão, somos deixados com uma pergunta fundamental: como podemos ser mais conscientes dessa energia divina em nossas vidas? Que ações podemos tomar para amplificar essa luz? E, mais importante, como podemos ser agentes de mudança, não apenas para nós mesmos, mas para todos ao nosso redor?
A resposta pode ser simples: ao viver com intenção, praticando a bondade e a compaixão, e ao reconhecer que somos todos partes essenciais de um todo maior. Essa é a verdadeira essência de ser Deus — a capacidade de amar, cuidar e iluminar o caminho uns dos outros. E, ao final, talvez a maior lição que possamos aprender é que a busca por Deus é, na verdade, uma busca por nós mesmos e pela nossa capacidade de criar um mundo mais harmonioso e interconectado.




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